Campanha Amazoniza-te é retomada às vésperas da COP30 e convoca sociedade adefender a Amazônia e seus povos
- amazonizate2020
- 18 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de nov.
Iniciativa articula igrejas, povos tradicionais, movimentos sociais, artistas, cientistas e
comunicadores; retomada reforça urgência climática, protagonismo dos territórios e missão da
Igreja em saída
A REPAM-Brasil retomou hoje a campanha Amazoniza-te, um chamado público à consciência,
à mobilização e à ação concreta em defesa da Amazônia e de seus povos. Lançada
originalmente em 2020, em plena pandemia, a iniciativa nasceu da escuta dos territórios diante
do avanço do desmatamento, das queimadas, da mineração predatória, das grilagens e do
desmonte de políticas de proteção. Agora, às vésperas da COP30, volta como programa
permanente para somar incidência, formação e comunicação numa agenda comum que une
fé, ciência e direitos humanos.
Criada como articulação coletiva, a Amazoniza-te já conectou dezenas de organizações
eclesiais e da sociedade civil; alcançou milhares de pessoas com vídeos, lives e materiais
formativos; promoveu dezenas de debates públicos no Brasil e no exterior; e impulsionou
denúncias e conteúdos de sensibilização adotados por comunidades, pastorais e redes de
comunicação. A retomada aponta para três eixos complementares:
1. Urgência Planetária – tornar conhecida, no Brasil e no mundo, a gravidade socioambiental
na Amazônia e suas implicações climáticas;
2. Protagonismo dos Povos – dar visibilidade às vozes e soluções dos povos indígenas,
ribeirinhos, quilombolas e das juventudes;
3. Igreja em Saída – fortalecer a missão, a espiritualidade do cuidado e a incidência pública
inspiradas na Casa Comum.
Durante o encontro Irmã Irene, secretária-executiva da REPAM, resgatou a origem e o sentido
do verbo “amazonizar”:
“Amazoniza-te é mais que um slogan: é um chamado pessoal e coletivo para sentir com a
Amazônia, denunciar as violências e cuidar da Casa Comum com responsabilidade,
solidariedade e justiça socioambiental. O termo, usado desde 1986 por Dom Moacir Grechi,
convoca cada pessoa e instituição a assumir compromisso concreto com a vida dos povos
amazônicos.”
Dom Possidônio, referência histórica e teológica na região, sublinhou o fundamento de fé
dessa convocação:
“Deus viu que a Amazônia era boa. Defender a floresta e seus povos é expressão de fé
encarnada: criação, revelação e salvação caminham juntas. Amazonizar a Igreja significa
alargar a tenda, sair ao encontro e converter práticas pastorais para que o Evangelho gere vida
plena na Amazônia.”
O Reverendo Iuri Lima destacou a dimensão ecumênica e a mobilização em rede:
“Esta retomada é mãos dadas entre igrejas e sociedade. Quando unimos espiritualidade,
ciência e a voz dos territórios, nossa comunicação vira cuidado e incidência. Unidade gera
impacto — e é isso que precisamos para virar o jogo na Amazônia.”
A intensificação dos ataques socioambientais, o crescimento dos conflitos nos territórios e a
proximidade da COP30 tornam a retomada da campanha ainda mais urgente e estratégica. A
Amazoniza-te volta com o propósito de ampliar o alcance e a compreensão pública sobre a
complexidade amazônica, oferecer materiais de reflexão e formação, organizar mobilizações e
campanhas com metas e calendário comuns, além de conectar saberes tradicionais,
acadêmicos e pastorais em ações concretas de cuidado, monitoramento e incidência em
defesa da Casa Comum.
A REPAM reforça o chamado para que cada pessoa, instituição e comunidade assuma o
compromisso de amazonizar-se e somar forças em defesa da vida. Nos vemos na COP30 —
para mobilizar, amazonizar e fazer de Belém um clamor vivo pela Amazônia e por seus
povos.
Confira aqui a apresentação do encontro



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